A ética protestante e o espírito do Capitalismo

WEBER, Max. A ética protestante e o espírito do Capitalismo. São Paulo: Martin Claret, 2007 (coleção a obra prima de cada autor).

O autor inicia polemizando sobre que combinações de circunstâncias se pode atribuir o fato de apenas a civilização Ocidental ter desenvolvido fenômenos específicos (como a ciência, a arquitetura, as universidades, o Estado moderno e o Capitalismo) que permitiram instaurar um tipo de desenvolvimento ligado à organização industrial racional. Para Weber dois são os fatores chaves: a separação dos negócios da moradia da família, que cria o espaço público, e a contabilidade racional, que instaura uma outra racionalidade, ligada a eficácia econômica. Essa racionalidade se desenvolveu pela existência de idéias e hábitos que favoreceram, de forma ética, a procura racional de ganho econômico. Essa procura o autor considera como “o espírito do capitalismo”. Dentro desse quadro, o autor indaga que é preciso definir o que historicamente permitiu essa racionalidade de se desenvolver. A resposta busca na análise religiosa. Assim, Weber lança a tese de que a ética e as idéias Puritanas influenciaram o desenvolvimento do Capitalismo, pois observa que tradicionalmente, na Igreja Católica Romana, a devoção religiosa estava normalmente acompanhada da rejeição dos assuntos mundanos, incluindo a ocupação econômica e em certos tipos de Protestantismo (em especial o Calvinismo) isto não ocorria, pois o comportamento econômico racional era favorecido pelo significado espiritual e moral positivo que a ação prática ganhou dentro dessa religião. Desta forma, o Calvinismo trouxe a idéia de que as habilidades humanas (música, comércio etc.) deveriam ser percebidas como dádiva divina e por isso incentivadas. A prosperidade era então o reconhecimento da dádiva divina. Assim, o Calvinista terminou por se distinguir ao santificar a vida diária em contraposição à contemplação do divino da Igreja Católica, e ao fazer isto favoreceu o surgimento do espírito capitalista moderno. Weber defende ainda o estabelecimento de um raciocínio lógico capitalista, que denomina de racionalismo. Enfim, a obra demonstra que o desenvolvimento do Capitalismo e da empresa capitalista requer uma estrutura social, política e ideológica específica, que inclui uma perspectiva de mundo que permita e defenda a paixão pelo lucro como demonstração de prosperidade, fé e salvação.

 Palavras-chaves: Capitalismo, racionalidade, Empresa moderna

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