Resumo sobre Gramsci e a escola

MOCHCOVITCH, Luna Galano. Gramsci e a escola. São Paulo, Ática: (série princípios)

A autora demonstra que, seguindo as reflexões marxistas Gramsci compreende o Estado como um braço coercitivo das elites, mas diferente dos pensadores críticos anteriores, este observa que o poder de coerção do Estado só pode ser exercido porque existe um consenso social, não apenas das elites, mas também do próprio povo.
Além do mais, não é apenas a força física que leva os indivíduos à obediência, é sobretudo uma aceitação dessas normas. O que levou Gramsci a discussão das noções de consciência e ideologia. A essa predominância ideológica das elites Gramsci denominou de hegemonia. É dentro deste conceito que este autor constrói sua teoria da ação revolucionária.
A hegemonia possui dois significados: primeiramente, é um processo onde as elites detêm o poder moral e intelectual sobre as outras frações aliadas da classe dominante. Esse relacionamento é pedagógico no sentido que articula um princípio hegemônico e, portanto, aceito por todos esses grupos. Assim, a elite consegue reunir seus interesses aos de seus aliados, conseguindo maior poder social. Alem disso a hegemonia expressa a tentativa bem sucedida das classes dominantes de usar a sua liderança moral, intelectual, econômica e política para impor sua visão de mundo como universal, moldando as necessidades dos grupos subordinados, os levando a acreditar que os objetivos de todos os grupos sociais são os mesmos.
A hegemonia é, desta forma, um movimento de adesão e convencimento feito pelas elites. Enquanto movimento, ela não é uma força coesiva, mas plena de contradições e sujeita a conflitos. Existem sucessivos processos de renegociação entre as classes realizada pelas elites para se perpetuarem no comando social. Essas ideologias dominantes compõem o cenário onde se desenvolve o senso comum.
Neste processo de convencimento as instituições sociais são utilizadas como instrumentos e locais de convencimento, legitimando a perpetuação das elites.
Dentro deste quadro teórico o Estado é simultaneamente, um instrumento essencial para a expansão do poder da classe dominante e uma força repressiva (sociedade política) que mantém os grupos subordinados fracos e desorganizados.
Seguindo esta lógica o Estado, similar às outras instituições burguesas é parte da hegemonia da classe dominante.
Esse trabalho hegemônico permite compreender porque mesmo quando o povo consegue participar das instancias de poder este permanece como classe explorada e acabam por auxiliar as elites na consecução de seus objetivos de classe.
A possibilidade de mudança social passaria então, para Gramsci não apenas pela tomada armada do Estado, mas também pela modificação da ideologia dominante, realizando uma vitória também no terreno das idéias e dos valores.
O papel dos intelectuais da própria classe neste processo de elevação da consciência popular é fundamental, através inclusive da fundação de novas instituições super-estruturais comprometidas com as reais necessidades da classe trabalhadora, realizando um verdadeiro trabalho educativo, comprometido com a formação de homens e mulheres livres.
Dentro desse arcabouço teórico Gramsci uma nova visão, revolucionária, de Estado e de escola.
Em relação ao Estado Gramsci pense uma inversão do papel do Estado quando imbuído de uma perspectiva socialista, deixando de exercer exclusivamente seu papel opressor e tornando-se um Estado educador e ético, o que pressupõe a elevação cultural e moral da população.
A escola por sua vez surgiria como espaço de produção dessa nova cultura e dessa nova vida política. Uma escola democrática, única no sentido da qualidade e que se constitua num acesso real a cultura.
Palavras-chaves: Gramsci, Estado, mudança social e escola.

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