Resumo sobre Educação e sociologia em Durkheim

DURKHEIM, Émile. Educação e sociologia. São Paulo: melhoramentos, 1975.
O objetivo do texto resumido é construir um conceito de educação sustentado em bases objetivas. Para tanto o autor analisa a educação enquanto fato social. Assim, para Durkheim, a palavra educação é muitas vezes empregada de forma demasiadamente ampla, como o fez Kant ao relacioná-la a perfeição ou James Mill quando a considerou como felicidade. Para o autor é preciso superar essas perspectivas abstratas e subjetivas e ancorar a análise da educação num conceito mais objetivo. Essa possibilidade é possível quando se olha objetivamente os diferentes sistemas de ensino, de povos e de épocas diferentes, e se descreve as características comuns destes, que no caso são duas: 1º) em todos existe uma geração de crianças e adolescentes em face de uma de adultos. 2º) Em todos há uma ação dos adultos sobre essas gerações mais jovens.
Durkheim infere ainda que todo sistema de educação possui dois aspectos: unidade e multiplicidade. Enquanto uno o sistema busca a incucação de valores que precisam ser comuns a todos os membros do grupo para a afirmação de sua identidade. O múltiplo diz respeito aos diferentes processos educacionais necessários as classes sociais, ou seja, as diferenças advindas da posição social e do lugar do individuo na divisão social do trabalho geram necessidades educativas diferentes. Esse ideal de uno e diverso constitui a parte básica da educação.
Assim, para Durkheim a educação é o meio pelo qual a sociedade prepara, no íntimo das crianças, as condições essenciais de sua própria sobrevivência. O sujeito individual é preparado para manter vivo o sujeito coletivo, ou a sociedade. Essa concepção de educação é expressa na famosa fórmula durkheimiana.
A conseqüência desta premissa, para Durkheim, é que o indivíduo deve ser pensado em duas dimensões: individual e social. A primeira diz respeito aos estados mentais que se relacionam ao próprio individuo e a segunda expressa o sistema de idéias, sentimentos e hábitos que exprimem em cada ser não a sua personalidade, mas o grupo ou grupos deferentes de que faz parte. A constituição dessa segunda dimensão, o ser social, que não está garantida por transmissão hereditária, é o fim da educação. É por isso que a educação satisfaz antes de tudo, as necessidades sociais.
Mas para Durkheim essa primazia do social não anula o individuo porque quando o obriga a se lançar para fora de si, para compreender além dos seus interesses particularistas, cria um ser mais elevado, o que há mais de propriamente humano, não apenas do ponto de vista moral, mas também intelectual. Existe, pois uma relação de reciprocidade da sociedade com o indivíduo segundo Durkheim, por isso: “desejando melhorar a sociedade, o indivíduo deseja melhorar a si próprio” (p48).
Palavras-chave: Educação; coerção social; fato social.

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